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Empreendedorismo feminino: o que uma mulher precisa para assumir cargos de liderança

Foto: divulgação

O mês de novembro traz um tema que proporciona diversas discussões. Mulheres cada vez mais têm conquistado sua voz e seu espaço na sociedade, principalmente no empreendedorismo. Especificamente no dia 19 deste mês é comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino e, como um único dia não seria suficiente, produzimos uma série com 30 entrevistas de mulheres fantásticas para falar sobre o tema. 

A convidada de hoje é Regina Sardanha, diretora executiva do Grupo Linear. Confira abaixo:

Quais os maiores desafios em ocupar cargos de gestão? Que dicas pode dar para quem está iniciando sua carreira?

Os desafios são os diários e de toda ordem, mas os que mais destaco são a capacidade de correr riscos e a de gerir pessoas. Foco, confiança, ouvidos atentos e preparo técnico (acadêmico principalmente) são fundamentais para quem está iniciando ou tem planos de ocupar cargos de gestão. Buscar aperfeiçoamento constante, não se estagnar e estar a frente do seu tempo vão fazer com que você decole. Gosto do exemplo da águia, elas não tem medo de voar grandes alturas sozinhas, e nos ensinam que a voarem alto conseguem ver mais claramente suas presas, ou seja, nos ensinam que não se intimidam então se afaste de tudo que te empurra para baixo, e trace seus objetivos e mire neles, sem deixar que as dificuldades se sobreponham.

Em um mercado competitivo, que características a mulher precisa desenvolver antes de assumir cargos de liderança?

A primeira delas é não se intimidar. Não há nada de errado em ser mulher e empresária, ou executiva ou qualquer que seja o cargo que ocupe profissionalmente. Acredito que as mulheres podem fazer tudo que quiserem e serem o que desejarem ser, basta acreditar no seu potencial. A mais difícil missão da mulher profissional é racionalizar. Essencialmente as mulheres são mais emocionais, o que não é ruim, porém precisam equilibrar mais as emoções e agir com a razão em paralelo. Então, para mim, se conseguir equilibrar essas duas áreas terá uma incrível vantagem no cargo, haja vista que para os homens o inverso é verdadeiro. Resumindo: inteligência emocional e autoconfiança, assim como preparo técnico são igualmente importantes para assumir um cargo de liderança.

De que maneira a visão feminina impacta na gestão de empresas?

Eu acredito que as mulheres têm algo a mais, a intuição. Não sei se é porque são seres mais sensíveis emocionalmente, mas para mim isso sempre foi considerado. Existe sim um compromisso com a razão e também com números e com uma visão analítica, porém a mulher tem na sensibilidade algo que a move. Eu costumo maturar, retenho a informação, analiso tecnicamente, mas ouço meus instintos, alguns podem dizer até que isso é ouvir o coração. Eu já acredito que a experiência do dia a dia vai nos motivando a despertar esse lado intuitivo, fazendo perceber instintivamente a melhor decisão a ser tomada ou o direcionamento que deve ser dado ao negócio.

Quais fatores são essenciais para uma liderança assertiva é que gere resultados?

Estar confiante, não ter medo de errar, ouvir muito, trabalhar em equipe e inspirar para despertar o espírito de pertencimento. Para mim, o foco no resultado é reconhecer onde se quer chegar e traçar objetivos claros. Trabalhar em equipe reconhecendo as potencialidades de cada um, sendo humilde e dividindo os méritos e assumindo riscos e se responsabilizando pelos fracassos, nos faz produzir mais e melhor. E claro, ser um eterno aprendiz.

A inclusão e igualdade de gênero vem sendo uma pauta no mercado, como você observa esse movimento e que benefícios ele traz para o protagonismo feminino?

Sinceramente, eu nunca me coloquei nessa posição de luta por igualdade, porque nunca me senti menos ou diminuída no mercado de trabalho. Acredito que seja algo mais de cada um e o como se posicionar frente a isso. Não nego que passei por experiências em que senti um pouco de descrédito por ser mulher, mas nunca deixei isso me intimidar. Segui adiante, mostrando e me comportando como alguém que tem valor e assim conquistei meu espaço e respeito. Não por ser mulher, mas pelo potencial que eu enxerguei em mim. Mas a luta por direitos iguais é válida e eficaz ao meu ver, desde a queima de sutiãs em praça pública a mulher vem provando que pode tanto quanto o homem, não à toa que hoje ocupa boa parte dos altos cargos de gestão mundialmente. Resta serem remuneradas e vistas como uma pessoa como qualquer outra sem poréns. Ainda assim, reforço que ao passo que a mulher não se submeta ao preconceito, não aceite ser avaliada como mulher e sim como profissional independente do gênero que ostente colocará a mulher no papel e protagonismo que merece.  

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