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UFSC desenvolve pesquisa inédita que pode impactar indústria de refrigeração

Foto: divulgação/UFSC

Um aparelho condicionador de ar com sistema de refrigeração magnética está colocando a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na vanguarda das pesquisas na área, por ser uma das primeiras instituições no mundo a utilizar essa tecnologia neste tipo de equipamento.

O trabalho é resultado de uma série de estudos desenvolvidos no Laboratórios de Pesquisa em Refrigeração e Termofísica, sob a coordenação do professor Jader Barbosa, e tem recebido prêmios, um deles da International Conference on Caloric Cooling, concedido à pesquisa de doutorado de Fábio Pinto Fortkamp, egresso da UFSC e atualmente professor da Udesc.

De acordo com o professor, há pelo menos 10 anos a universidade busca desenvolver uma alternativa à refrigeração convencional, baseada na tecnologia de compressão mecânica de vapor.

“Por essa técnica, um fluido, muitas vezes danoso ao meio-ambiente, é sucessivamente comprimido e expandido em um processo cíclico para, por exemplo, garantir a conservação dos produtos dentro de um gabinete refrigerado. O que a gente procura é substituir essa tecnologia por uma outra, baseada em outro princípio, que é o efeito magnetocalórico”, explica.

A busca por um melhor desempenho da tecnologia passa pelo planejamento de um sistema completo, o que tem colocado a universidade como uma das instituições de excelência, em nível nacional, com resultados com repercussão importante também mundialmente.

Um deles foi recentemente publicado no artigo A magnetic wine cooler prototype, veiculado no periódico International Journal of Refrigeration.

O artigo apresenta o projeto e a avaliação do desempenho de uma nova unidade de refrigeração magnética capaz de controlar a temperatura de um refrigerador de vinho com 31 garrafas.

O protótipo da adega passou por testes de abaixamento de temperatura e consumo energético operando com um circuito magnético totalmente concebido e projetado na UFSC.

Seus resultados, como tudo o que envolve a produção científica e tecnológica, também são utilizados para o desenvolvimento do condicionador de ar inédito no mundo, que é financiado com recursos da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial.

APRENDIZADO DE MÁQUINA

Uma das descobertas da equipe rumo ao desenvolvimento da refrigeração magnética recebeu recentemente a premiação de melhor apresentação pré-gravada na International Conference on Caloric Cooling, principal evento científico internacional sobre tecnologias de resfriamento calórico e suas aplicações.

A pesquisa de Fábio Pinto Fortkamp foi orientada pelo professor Jader Barbosa e pelo pesquisador Jaime Lozano e aplicada no protótipo da adega e do condicionador de ar.

O trabalho consistiu no desenvolvimento de uma ferramenta de aprendizado de máquina para otimizar o circuito magnético, a parte mais cara do sistema e um dos seus componentes mais importantes. Segundo ele, o aprendizado de máquina economiza tempo de computação:

“Em vez de simular mil casos diferentes, é possível simular 100 e fazer o computador aprender o resto. O computador aprende como o campo magnético varia de acordo com cada parâmetro. Assim, é possível simular uma infinidade de casos em um intervalo de tempo muito pequeno”.


Texto: Amanda Miranda, jornalista da Agecom/UFSC, com informações da Capes

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