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Empresas adiam volta ao trabalho presencial, mesmo com avanço da vacinação

Foto: Gorodenkoff/AdobeStock

Mesmo com o avanço da vacinação contra o coronavírus em Santa Catarina, onde mais de 70% da população já tomou ao menos a 1ª dose, empresas de tecnologia com sede ou escritório no estado decidiram tornar permanente o home office adotado no início da pandemia ou implementar o modelo híbrido, que mescla alguns dias do expediente ou equipes no escritório e em casa.

Há também quem adotou o anywhere office, ou seja, tem pessoas trabalhando de qualquer lugar do Brasil ou no exterior.

A decisão envolve empresas de diferentes portes e segmentos, desde a edtech DOT digital group, com cerca de 350 funcionários, até a startup de tecnologias para licitantes Effecti, com pouco mais de 80 colaboradores. 

As razões para não retomarem o trabalho 100% presencial variam. Elas englobam a preferência dos funcionários pelo trabalho remoto junto com uma melhora dos resultados do negócio, além da possibilidade de contratar pessoas de qualquer parte do mundo, o que ajuda no enfrentamento ao apagão de mão de obra no setor.

A empresa de educação digital voltará parcialmente ao escritório, em Florianópolis, somente em março de 2022. Esse esquema será adotado porque, hoje, dois terços dos colaboradores estão em outras cidades, estados ou países. Só no último ano, contratou mais de 150 pessoas remotamente. Pesquisas internas de clima também identificaram que a maioria dos funcionários não quer voltar integralmente ao escritório. Dentre os 130 colaboradores que moram em na cidade sede, por exemplo, apenas 6 desejam presencial integralmente.

“O DOT conseguiu aumentar a produtividade nesse período 100% home office porque antes da pandemia já permitia aos colaboradores trabalhar de casa, de acordo com preferência e/ou necessidade”, explica o CEO e fundador Luiz Alberto Ferla.

 A GeekHunter, empresa de recrutamento especializada na contratação de profissionais de tecnologia, decidiu manter o trabalho remoto porque ele ampliou o acesso a profissionais de tecnologia.

“O modelo remoto faz muito sentido no segmento de tecnologia, pois essa flexibilidade é um diferencial para reter talentos. Além disso, o trabalho em home office aumentou a performance do time”, complementa Tomás Ferrari, CEO e fundador da GeekHunter.

Diante disso, a startup acabou optando por fechar sua sede em Florianópolis. Hoje, tem em torno de 100 colaboradores, 40% deles fora da cidade em diferentes estados. A ideia da empresa é ter encontros presenciais a cada trimestre no fim da pandemia.

EMPRESAS PRECISAM GARANTIR TODOS “NA MESMA PÁGINA”

Renato Navas, head de People Success da Pulses, plataforma que tem soluções de clima organizacional, destaca que as empresas que adotarem modelos híbridos precisam garantir que as pessoas que trabalham remotamente tenham a mesma experiência de quem está na sede da empresa:

“Ter rituais de feedbacks 1:1, criar squads online onde os colaboradores possam organizar projetos ou até buscar parcerias com coworkings da cidade onde a pessoa mora são ações interessantes para gerar um senso de humanização no trabalho e fomentar vínculos e relacionamentos”.

Nesse sentido, a Effecti criou rituais de encontros e uma agenda com espaços para reuniões de líderes e equipe e workshops all hands.

A startup já contava com profissionais trabalhando em outros estados antes da pandemia. Por conta disso, aderiu facilmente ao conceito de anywhere office e ampliou a equipe em 80% neste ano, somando 82 funcionários.

O plano da empresa é manter o formato híbrido após a vacinação completa por vários fatores, que vão desde a liberdade de escolha do funcionário até o aumento na produtividade e engajamento dos profissionais.

“No início da transição, fizemos pesquisas e planos de alinhamento. A partir disso, criamos nosso próprio Manual de Boas Práticas para otimizar rotinas e adequar a equipe ao novo modelo”, explica Candice de Almeida, head of people da startup.

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