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Empresa gaúcha se propõe a trazer mais sabor a produtos veganos e sem glúten

Bruno Corvino e Fernando Perottoni. Foto: divulgação

Durante a pandemia, muitas pessoas chegaram ao limite físico e emocional, algumas em seguida buscaram um estilo de vida mais saudável, com a prática de atividade física e consumo de alimentos orgânicos e mais naturais. Afinal, nunca se falou tanto em como manter o organismo equilibrado e apto para combater ou vencer um vírus. 

Eu mesma fui uma das pessoas que tiveram que mudar totalmente a dieta. Devido ao alto nível de estresse, desenvolvi várias sensibilidades alimentares e cheguei a perder 11 quilos em dois meses.

Como jornalista de tecnologia, usei o conhecimento a meu favor, fiz um mapeamento genético nutricional com uma healthtech israelense e consegui, finalmente, identificar os alimentos que me davam mais reações: glúten, lactose, alguns grãos e até mesmo a clara de ovo.

Foi preciso uma verdadeira revolução no armário da cozinha e isso me deixou ainda mais desanimada. Nem sempre os alimentos mais saudáveis são os mais saborosos e é preciso muita disciplina na rotina.

Na semana passada encontrei algumas opções exclusivas de alimentos sem glúten, lactose, soja e conservantes da Santunala, no Carrefour próximo de casa.

Comprei o pão de queijo vegano sem muitas expectativas, até então eu e minha mãe fizemos várias adaptações na receita caseira, mas ainda assim sempre dão um baita trabalho e tenho que tomar várias enzimas digestivas.

Segui a risca as instruções do pacote e deu certo, o mais incrível é que o pão de queijo vegano, lembra muito o pão de queijo da receita original da minha mãe. 

Foi assim, com aquela curiosidade jornalística, que mandei uma mensagem ao perfil da empresa no Instagram para saber como chegaram nesse resultado final e na validação do modelo de negócio.

Agendei uma conversa com o CEO e chef de cozinha, Bruno Corvino, que me contou um pouco da sua jornada até aqui. 

“A Santulana surgiu em 2014 de uma necessidade pessoal, durante o meu curso de gastronomia na Inglaterra, descobrimos que a minha esposa era celíaca e isso mudou tudo no nosso estilo de vida. Eu comecei a criar receitas com ingredientes especiais para que ela pudesse se adaptar da melhor maneira possível. Acabei concluindo que alimentação saudável não precisa ser sinônimo de complicação”, disse.

Santulana significa equilíbrio, e foi exatamente essa palavra que ele junto ao seu sócio e amigo, Fernando Perottoni, trouxeram para a marca. Um produto que pudesse levar saúde e ao mesmo tempo sabor para as pessoas com sensibilidades alimentares. Confira a nossa entrevista:

Qual o maior desafio e oportunidade em criar um negócio voltado à alimentação saudável aqui no Brasil? 

São muitos os desafios, mas o maior é ser um nicho ainda muito restrito aqui no país. As pessoas ainda olham mais o valor do produto, do que a qualidade dos ingredientes. O grande desafio é como oferecer um produto saudável, com ingredientes de qualidade e um preço acessível a todos. 

Quais os diferenciais competitivos da empresa?

Buscamos trazer receitas adaptadas de alimentos populares brasileiros em produtos mais saudáveis. Um grande diferencial é que não trabalhamos com soja, a maioria das fábricas sem glúten, utilizam soja e derivados. Além disso, fomos pioneiros na criação de vários produtos veganos no Brasil. 

Qual o impacto da pandemia para a Santulana?

Deixamos de vender exclusivamente às lojas de produtos naturais (que foram altamente impactadas pela pandemia) e fizemos parceria com três grandes redes de supermercado do Brasil:  Pão de açúcar, Carrefour e Mufatto. Essa ação foi muito assertiva para o nosso negócio.

Quais as perspectivas da empresa para o próximo ano e expansão do negócio? Pensam em vir para Santa Catarina?

Para aumentar mais o nosso alcance e democratizar ainda mais os produtos, a Santulana está nesse exato momento buscando investidores para viabilizar novos projetos. Também buscamos empresas que queiram fazer parcerias para aumentar o fluxo dos produtos e baratearmos os custos. Queremos realmente tornar os produtos mais populares para as pessoas e não somente para as que têm sensibilidades alimentares, mas também as que se preocupam com a própria saúde. Temos sabor e textura para atendermos qualquer público.

Que dica você daria para quem ainda está na fase de ideação do seu primeiro negócio?

É preciso muito planejamento, estudar bastante o mercado, precificação, logística e o público. Também é preciso investir em um bom time de comercial e marketing. Empreender no Brasil não é fácil, mas se você estabelecer um fluxo de caixa e estiver preparado para viver os primeiros anos no vermelho, dando o seu melhor e tendo muita resiliência, já é um bom começo.

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Jornalista do ecossistema de startups

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