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Sucessão familiar: empresas têm o desafio de preparar próximas gerações para continuidade do negócio

Foto: StockSnap/Pixabay

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 90% dos negócios do país são empresas familiares.

O percentual significativo leva a outros, também expressivos: o segmento representa 65% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e 75% dos empregos no país são em empresas familiares.

Mas, apesar da representatividade no cenário econômico, o nicho ainda tem grandes desafios. Talvez o maior deles, segundo especialistas, seja a preparação para a sucessão do negócio.

“É de extrema importância que os integrantes de uma empresa familiar se preparem ao longo da vida para o processo sucessório. Não dá para deixar essa questão para o último momento, quando o gestor do negócio está em vias de faltar. Na maioria dos casos, o despreparo é o início do fim da empresa”, comenta Dalton Sardenberg, professor da Fundação Dom Cabral.

Estudos apontam que 70% das empresas fecham as portas após a morte do fundador e somente 5% delas chegam à terceira geração.

Por isso, o investimento em programas de capacitação voltados para formação de líderes e com vistas em qualificar cada integrante da família para o seu cargo dentro da empresa pode ser uma saída bastante eficaz para a saúde corporativa.

“Mesmo que um membro não atue efetivamente no negócio, mas tem participação na empresa, ele precisa estar minimamente por dentro dos trâmites corporativos, pelo bem do negócio”, lembra o professor, destacando que os futuros sucessores têm uma responsabilidade prévia ainda maior – e a vantagem de usar o tempo a seu favor para se capacitar ao cargo.

De acordo com Fernanda Silveira, diretora comercial da Frechal Construções e Incorporações Ltda, a participação dos integrantes da família em um programa de capacitação foi imprescindível para a manutenção da empresa.

“Fizemos uma excelente escolha ao optar pelo PDA. Após o curso tivemos mais clareza para tomadas de decisão, integração das famílias no processo e entendimento do papel de cada um, bem como processos bem definidos e melhoria no relacionamento. Fizemos o curso com cinco membros da nossa família, alguns executando função dentro da empresa e outros não, e com muita maestria todos os professores souberam trabalhar muito bem o papel de cada um na organização familiar”, relata a empresária, se referindo ao Programa para o Desenvolvimento do Acionista e da Família Empresária (PDA), realizado em Santa Catarina pela Fundação Fritz Müller (FFM), em parceria com a Fundação Dom Cabral.

O professor ressalta ainda que a sucessão familiar requer planejamento a longo prazo e precisa ser formalizada, inclusive com os amparos legais que o assunto requer:

“Um processo bem estruturado e transparente torna a rotina das relações familiares no âmbito profissional mais harmoniosas, facilita a performance empresarial e preserva a continuidade dos negócios familiares”.

Foi o que percebeu Thayni Librelato, sócia e conselheira de administração da Librelato S.A. Implementos Rodoviários, que junto com familiares também participou do programa:

“Entender o papel de acionista é primordial para o progresso da organização. O Programa nos preparou para o momento tão difícil da sucessão. Toda empresa familiar deveria se obrigar a fazer, o network é indescritível”.

Em qualquer empreendimento, profissionalizar a gestão garante fluidez e desenvolvimento. No caso das empresas familiares, estar atento à construção de uma base sucessória congruente indica o fortalecimento do negócio e uma gestão mais segura.

“A manutenção das operações depende do sistema gerencial que comanda a empresa. Se esse sistema está definido com estratégias organizadas, com a definição do papel de cada agente, a sucessão familiar acaba sendo algo natural e com impacto praticamente zero dentro e fora da corporação”, conclui o professor.

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