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Empresas de SC investem em P&D como estratégia de futuro

Foto: artinspiring/AdobeStock

O mundo dos negócios depende cada vez mais da tecnologia e a pandemia consolida essa posição à medida que as empresas aceleram suas fontes de inovação e investem em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para se manterem competitivas.

Isso é reforçado pela pesquisa da Harvey Nash/KPMG CIO 2020, que ouviu 4,2 mil líderes de tecnologia de 83 países, e aponta um dos maiores aumentos de investimentos em tecnologia da história devido ao coronavírus.

O gasto conjunto com tecnologia dessas companhias globais superou os US$ 250 bilhões, cerca de US$ 15 bilhões a mais, por semana, durante a primeira onda da crise sanitária.

Hoje um dos principais meios de desenvolvimento de novas tecnologias se dá por investimentos em P&D, que envolve a busca constante por inovações e pode resultar em novas soluções, produtos e oportunidades de negócios.

Um levantamento internacional liderado pela União Européia já demonstrava o potencial da área antes mesmo do início da pandemia: em 2019 o aumento médio de investimentos com P&D chegou a 8,9% com relação ao ano anterior, segundo 2,5 mil líderes corporativos. No período, o crescimento global de P&D foi impulsionado pelos setores de tecnologia e saúde.

No Brasil é crescente o número de empresas que apostam na pesquisa e desenvolvimento como uma das principais estratégias de futuro, seja para ampliar sua participação de mercado, aumentar portfólio, gerar receita, garantir sustentabilidade ou para intensificar a relevância do negócio em sua área de atuação. O ato também se reverte em expertise da empresa em seu respectivo mercado.

Tecnologia de ponta para o campo

O agronegócio está no centro da economia brasileira, no último ano, o setor cresceu na ordem de 2%, mesmo com o PIB nacional caindo em 4,1%.

Em grande parte, os resultados vêm do investimento em tecnologias, como as desenvolvidas pela divisão de Agricultura da Hexagon, sediada em Florianópolis.

A empresa, que fornece soluções inovadoras para uma agricultura digital,  faz parte da multinacional Hexagon, líder global em soluções autônomas de sensores e softwares.

Para se manter à frente no mercado, no ano passado a companhia global investiu 13% das suas vendas líquidas em P&D, cerca de 500 milhões dos 3,8 bilhões de euros de receita no último ano.

“O compromisso com P&D é uma das grandes prioridades da Hexagon, que quer se manter como um dos fornecedores mais inovadores do setor. O alto percentual investido na área é importante não apenas para melhorar e adaptar os produtos existentes, mas também para a criação de novas soluções com tecnologia de ponta”, comenta o presidente da divisão de Agricultura, Bernardo de Castro

Além disso, a Hexagon conta com mais de 5 mil colaboradores na área, o que corresponde a 25% do quadro de funcionários da multinacional.

São mais de 4 mil patentes ativas e de 150 aquisições para fortalecimento do portfólio, que também envolve segmentos como o de geossistemas, mineração, geoespacial e manufatura.

Inovação no controle de geração de energia

A REIVAX Automação e Controle, multinacional brasileira presente em mais de 40 países e líder no fornecimento de equipamentos para controle da geração de energia na América Latina, já colhe bons resultados a partir do aperfeiçoamento de suas soluções e na criação de novos produtos.

Com faturamento anual acima de R$ 60 milhões, a companhia mantém desde 2002 uma área específica de P&D.

Até o último ano, o investimento em pessoal de P&D respondia a cerca de 15% da folha de pagamento da empresa.

Neste ano, a fatia será maior e a capacidade produtiva deve ser ampliada em 10% para atender as demandas contratadas.

“Hoje, 100% do nosso faturamento vem do nosso desenvolvimento próprio e da conexão com os ecossistemas de inovação e energia. A REIVAX é genuinamente formada em pesquisa e desenvolvimento e suas soluções são customizadas para cada cliente. Desenvolvemos e fabricamos hardwares e softwares únicos e o investimento em P&D é um dos co-responsáveis pela expansão do nosso portfólio e internacionalização”, afirma Fernando Amorim da Silveira, CEO da empresa.

Como benefício mais recente, em abril, a empresa anunciou a entrada no mercado de energias renováveis com o lançamento de uma solução exclusiva para o controle energético em usinas solares fotovoltaicas, o PPCx. O segmento deverá representar cerca de 25% do faturamento da empresa até 2025.

Foco em IoT para a Saúde

Na área da Saúde, a Sensorweb de Florianópolis, especialista em soluções de IoT no segmento healthcare, vem aplicando recursos em P&D para ampliar seu portfólio no mercado de monitoramento de temperatura para cadeia fria da saúde em hospitais e clínicas, bancos de sangue, laboratórios e operadores logísticos farmacêuticos.

Com faturamento superior a R$ 5 milhões no ano passado, a startup investe anualmente cerca de 15% de suas receitas em pesquisa e desenvolvimento.

Para 2021 o aporte na área deve atingir 20% do faturamento, isso porque a empresa estima crescer na ordem de 50% no ano.

Além disso, trabalha no desenvolvimento de três projetos que contam com mais de R$ 2,6 milhões de subvenção vindos de editais de fomento à inovação.

“Mantemos uma área de P&D ativa e estamos evoluindo para a criação do Sensorweb Insights, estimado em R$ 2,3 milhões, onde estamos criando uma área de inteligência artificial aplicada à Internet das Coisas que, futuramente, vai impactar na criação de novos produtos. Esse é o futuro que estamos construindo para manter nossa história pioneira e a confiabilidade conquistada no setor”, destaca Douglas Pesavento, CEO da Sensorweb.

Tecnologia preditiva para energia eólica

A AQTech, empresa que desenvolve ferramentas para monitoramento e diagnóstico de ativos dos setores de energia hidráulica e eólica, investe em pesquisa e desenvolvimento tecnológico desde a sua criação.

Nos últimos quatro anos, no entanto, o aumento exponencial da dinâmica tecnológica e a demanda constante por inovação no portfólio fez com que a empresa intensificasse os investimentos em P&D para tornar o ciclo de inovação mais ágil.

No período, a empresa aumentou mais de 500% o investimento de recursos próprios nessa área, chegando a R$ 3 milhões no período.

O investimento em pesquisa e desenvolvimento foi um dos principais fatores para o crescimento da empresa nos últimos anos, com faturamento aumentando de R$ 1,5 milhão em 2016 para R$ 23 milhões em 2020. 

“O investimento em inovação nos permitiu aprimorar as soluções já existentes e ampliar o portfólio da AQTech, o que nos permitiu conquistar novos mercados e clientes, resultando no aumento exponencial do faturamento”, explica Sylvio Ramos Filho, CEO da empresa. 

O exemplo mais recente disso é o OneBreeze, ferramenta inovadora criada pela área de pesquisa e desenvolvimento da AQTech que permite o monitoramento e diagnóstico de problemas em aerogeradores.

A solução coleta dados como vibrações, acústica, qualidade do óleo e temperatura e integra as informações em um único sistema capaz de monitorar e diagnosticar defeitos em turbinas eólicas. A inovação permitiu a entrada da empresa no crescente mercado de geração de energia eólica.

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