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Uma ameaça chamada engenharia social

Foto: Gabriel Richartz

Engenharia social. Você vai ouvir falar cada vez mais disso. Mas você sabe o que é? É a habilidade de conseguir dados confidenciais de alguém usando técnicas de persuasão. Um golpe que não utiliza a violência física e nenhum tipo de ameaça. É a própria vítima que, ingenuamente e de boa fé, informa ao golpista as suas informações pessoais, como senhas e chaves de acesso a áreas protegidas de sites. 

Com os artifícios da engenharia social, hackers conseguem transpor muralhas de segurança dos sites, usando como arma a vulnerabilidade das pessoas – trocando em miúdos, os clientes – que utilizam os ambientes virtuais das empresas. É uma espécie de golpe do bilhete premiado, porém virtual. 

Para quem acha que esta é uma realidade distante, trago dados. No ano passado, as tentativas de fraude eletrônica aumentaram 53,6% em relação a 2019, segundo o mais recente Mapa da Fraude da ClearSale, empresa especializada em segurança digital. O crescimento veio na esteira do isolamento social, quando houve uma migração de transações para os canais digitais. 

Nem preciso dizer o quanto a engenharia social tem causado prejuízos às pessoas e dado dores de cabeças para empresas e instituições financeiras. Até milhas dos programas de milhagem são furtadas assim. Só no setor financeiro 4,05% das operações digitais feitas no último ano foram tentativas de fraude, a grande maioria sem sucesso, felizmente. 

Mas como se proteger dos fraudadores virtuais? Seguem seis dicas:

  1. Desconfie de mensagens na internet quando dizem que você ganhou alguma coisa ou orientando a fazer algo que você não solicitou, como uma troca de senha. 
  2. Nunca clique em links enviados por e-mail, WhatsApp ou SMS sem antes fazer uma boa checagem para saber se a mensagem é verdadeira. 
  3. Nunca forneça senhas ou tokens fora do aplicativo ou site oficial da empresa ou instituição financeira. 
  4. Verifique se você está mesmo no site correto da empresa ou instituição, e não em um ambiente fake. 
  5. Não compartilhe com ninguém o código de verificação que você recebe por SMS ao fazer uma transação eletrônica. 
  6. Por fim, uma dica importante sobre relacionamento: se você tiver dúvidas ou precisar de orientação, procure tratar sempre com pessoas da sua confiança na empresa ou instituição financeira. Fale com quem você já estabeleceu uma relação de negócios e, portanto, conhece. Esse é um tema que gosto de abordar neste espaço e está presente no meu livro Feito à Mão – As pessoas no centro das transformações: o atendimento humanizado. Mesmo através de canais eletrônicos, é muito melhor e mais seguro se relacionar com quem a gente conhece do que teclar com um robô ou menu impessoal. Empresas que perceberam isso entenderam melhor como resolver a equação do atendimento no futuro: sem gente, a tecnologia perde o sentido.  

Em março, os deputados decidiram pela tramitação em regime de urgência para um projeto de lei que insere no Código Penal o crime de fraude eletrônica, com pena de quatro a oito anos de prisão. O rigor da lei é bem-vindo, mas nem sempre eficaz. Afinal, fraudadores conseguem executar golpes desde outros países e crimes eletrônicos não costumam deixar pistas. 

Precisamos investir cada vez mais em mecanismos de segurança virtual e, principalmente, indicar às pessoas como não cair em golpes através de uma comunicação clara e fácil. 

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CEO de cooperativa de crédito, autor de livros sobre cooperativismo e Influenciador Coop do Sistema OCB.

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