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Os desafios da liderança feminina nas empresas de tecnologia

Mariana Dias, fundadora da Gupy. Foto: Guilherme Henrique (2)

Atualmente, muito se fala sobre diversidade como um fator importante para o sucesso das empresas. Segundo uma pesquisa da Mckinsey, o resultado financeiro das empresas com mais diversidade de gênero é 21% maior do que o das empresas com menor grau.

Mas, na prática, esta importância não parece ser reconhecida. De acordo com o Crunchbase, plataforma usada para encontrar informações comerciais sobre empresas privadas e públicas, apenas 2,3% do total de aportes de capital de risco em startups no mundo no último ano foi destinado a empresas fundadas por mulheres.

Com um quadro de 50% de colaboradoras, a Gupy, empresa que atua com tecnologia para recursos humanos no Brasil, está cada dia mais empenhada em construir um time com mais diversidade e um ambiente mais inclusivo.

Além do desafio de ter uma liderança formada igualmente por homens e mulheres, a empresa também está olhando para a área de tecnologia, que costuma ter muito mais homens do que mulheres programadoras, tanto dentro das empresas quanto nas salas de aula.

Para isso, a Gupy também tem hoje uma parceria com a consultoria de recrutamento de tecnologia com foco em diversidade, a Intera, justamente para promover uma atração maior do público feminino.

Atualmente, na área de tecnologia da Gupy20% de mulheres programadoras contra 80% de homens, números que a empresa foca em melhorar, introduzindo e apoiando iniciativas de contratação, como o Speed Hiring da Reprograma, iniciativa que foca em ensinar programação para mulheres CIS e trans, que, muitas vezes, não possuem recursos ou oportunidades para aprender a programar.

Mariana Dias, CEO e cofundadora da Gupy, ressalta a importância de ter inspirações femininas:

“Desde o início a empresa teve uma influência feminina muito forte, eu mesma me inspirei muito na minha sócia, a Bruna Guimarães, quando a conheci na época no programa de trainee na Ambev, eu a olhava e imaginava nossa que mulher empoderada, ‘quero ser assim um dia’. Na Gupy, nós incentivamos essa mesma atmosfera de inspiração”.

Este cenário de desigualdade de gênero na área não é apenas no time da Gupy, e com certeza, a empresa liderada por Mariana Dias não é a única a enfrentar dificuldades para encontrar mulheres programadoras ou engenheiras.

E esta realidade também se reflete no empreendedorismo na área de tecnologia.

A Associação Brasileira de Startups (ABStartups) mapeou mais de 12 mil empreendimentos no país: 84,3% são liderados por homens, enquanto apenas 15,7% têm à frente uma empreendedora.

Os motivos desta disparidade são muitos, indo desde o próprio preconceito enraizado até a menor presença feminina em carreiras de tecnologia, engenharia e matemática.

Porém, ainda para aquelas mulheres que se dedicam a estas carreiras e ao mundo das startups, há outro abismo: apenas 2,3% dos investimentos em startups no mundo foram para empresas lideradas por mulheres.

“Hoje em dia, a representatividade feminina no ecossistema empreendedor é muito baixa; há poucas startups fundadas por mulheres crescendo e sendo exemplo para outras mulheres fazerem a mesma coisa. Inclusive, nos bate-papos sobre empreendedorismo, normalmente são homens liderando a discussão e muitas vezes não há mulheres fazendo parte da conversa. Por isso, eu gosto de participar ativamente destes espaços de conversa e buscar ao máximo ser exemplo para outras mulheres empreendedoras, mostrando quais são os desafios, pontuando alguns erros e acertos, mas acima de tudo, mostrando que a jornada do empreendedorismo também é para elas, e que elas devem se apropriar deste espaço”, conclui a empresária.

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Jornalista do ecossistema de startups

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