Siga nas redes sociais

Search

O desafio para o crescimento econômico

Foto: Gstudio/AdobeStock

Em um pequeno período de tempo, já se somam duas crises econômicas profundas na economia brasileira. A primeira, durante o ano de 2015, seguida de longa ressaca, e a segunda, de rápida queda causada pela pandemia.

Considerando as características de cada uma, ambas as recessões têm sido seguidas por movimentos lentos de retomada. Apesar de alguns indicadores indicarem uma crescente mais próspera nos últimos meses, a variação negativa do ano passado supera, em absoluto, as perspectivas de crescimento do ano atual, de 3,5% segundo as estimativas do Focus.

Apesar do ritmo mais lento, há de se destacar pontos positivos pelos quais a configuração econômica brasileira vem passando. O primeiro deles é a transferência de protagonismo para a iniciativa privada. 

Seja por convicção nas diretrizes econômicas ou por falta de recurso público, o fato é que a retomada do crescimento da renda tem sido calcada pelos investimentos privados.

Em parte, esta transferência de protagonismo para a iniciativa privada é o que torna o ritmo mais lento, pois passa pela retomada da confiança das empresas em um futuro mais próspero. A marcha mais lenta, contudo, permite que as bases sejam mais sólidas e eficientes.

Para os próximos anos, soma-se a este protagonismo uma mudança no perfil dos investimentos. Com a taxa básica de juros a 2%, os retornos financeiros passam a ser mais atrativos no mercado real, de ativos físicos e de estabelecimentos comerciais.

Explica-se, assim, o crescente interesse pelo ramo imobiliário e a retomada do setor da construção, que já liderou a geração de empregos no Brasil no último ano e segue em trajetória ascendente.

Ao longo de 2020, foram extintas mais de 52 mil empresas catarinenses, mas também foram abertas outras 167 mil, isto significa que para cada uma empreendedor que fechou as portas de seu estabelecimento, outros 3,1 tiraram suas ideias do papel e começaram a empreender.

A título de comparação, em 2019, quando o país cresceu 1,1%, esta taxa era de 2,7 novas empresas para cada baixa, valor ainda superior ao ano de 2018 e 2017. 

Tudo indica que o empreendedorismo deve se fazer ainda mais presente em 2021, os dois primeiros meses já trouxeram 18 mil novos CNPJs para Santa Catarina, contra 5,6 mil baixas, excedendo a taxa do ano anterior.

Ao estimular o empreendedorismo, o desafio para o crescimento passa pelo encontro de soluções de mercado pelos criativos empreendedores brasileiros. Os indicadores revelam que esta direção vem dando resultado e gerando vagas de trabalho e renda, apesar de todas as dificuldades. 

É preciso, portanto, diminuir as barreiras que impedem a execução de boas ideias e fornecer a estes empreendedores os insumos para o planejamento e a boa prospecção de seus negócios.

Compartilhe

Doutor em Economia e sócio da Caravela Soluções

Leia também

Receba notícias no seu e-mail