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O que algumas associações empresariais de SC esperam da próxima gestão municipal?

A eficiência dos serviços nos órgãos públicos deixou de ser um diferencial para ser um requisito básico na gestão pública.

Quando falamos em um ambiente propício para geração de negócios, a desburocratização é essencial para fomentar o empreendedorismo e inovação.

Com a aproximação das eleições municipais, o assunto sempre pauta o discurso de diversos candidatos. 

E nesse contexto, muitas associações empresariais buscam se reunir com candidatos para discutir as principais propostas, demandas e estratégias de diversos setores, principalmente os que geram a economia do município e região. 

A reportagem do Economia SC fez uma série de perguntas para os presidentes de algumas associações empresariais de Santa Catarina, com o objetivo de saber o que esperam da próxima gestão municipal. Confira abaixo as respostas: 

Mário Cesar dos Santos, da Associação Empresarial de Itajaí 

O que espera da próxima gestão municipal? 

Importante para o gestor é conseguir formar uma boa equipe de secretários e assessores, para que os funcionários municipais possam se sentir apoiados,  encorajados e terem um bom rendimento. A equipe deve ser formada por pessoas com efetiva competência e ilibada conduta da vida profissional e pessoal. 

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos? 

Sabemos que houve atividades que foram atropeladas pelas regras sanitárias e de combate a pandemia, com redução do desempenho e mesmo paralização parcial e total. O município por suas secretarias de Planejamento e de Fazenda, deve ter importantes informações de desempenho que possam direcionar adequadamente a atenção e os esforços para apoiar tais segmentos, bem como,  dar atenção aos demais segmentos que superando as dificuldades e a pandemia conseguiram manter suas ações e resultados. 

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

O que estamos vendo, em vários segmentos econômicos, são desempenhos de retomada das atividades com vertiginoso crescimento, pelo empreendedorismo da classe empresarial e pela melhoria das condições alcançadas, quer na produção, quer na distribuição e comercialização de bens e serviços, gerando inclusive dificuldades de atendimento da demanda em alguns setores. Por outro lado, essa situação força o setor industrial a retomar as condições de produção para oferta de bens. A velocidade da retomada comercial e de procura em alguns segmentos, não consegue ser na mesma proporção da retomada de produção, gerando um incremento de preços, com seus aspectos positivos e negativos.  

Nelson Eiji Akimoto, da Associação Comercial e Industrial de Chapecó

O que espera da próxima gestão municipal? 

Que seja uma gestão comprometida com o desenvolvimento sustentável, que promova uma ampla reforma administrativa para ter eficiência nos serviços públicos e um cuidado com os recursos financeiros e investimentos. Busque sempre a melhoria da qualidade de vida da população oferecendo serviços de sua responsabilidade com qualidade, respeito e responsabilidade. Também atenderam às solicitações da ACIC formalizadas em documento entregue através do Centro Empresarial de Chapecó (CEC) a todos os candidatos a prefeito.

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

Todos os setores precisam de um olhar especial, por isso considero importante a montagem da equipe técnica para assessorar nas decisões do futuro prefeito. O setor econômico precisa sim de uma atenção especial, pois é a mola propulsora do desenvolvimento social e arrecadatório do município. Os próprios serviços públicos precisam ser repensados para esse novo momento pós-pandemia, pois a educação e saúde tiveram grandes interferências neste ano. A assistência social também deverá estar muito atenta, pois surgiram novas e maiores necessidades após essa pandemia.

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

Alguns setores foram mais afetados que outros. Na nossa região, com base econômica no agronegócio, que não parou, pois é essencial para todos, sofrerá menos, mas pontualmente estamos presenciando muitas “portas fechando”, o que é muito triste. Essa pandemia foi como um acidente que ocorreu em uma corrida de Fórmula 1, tudo muito rápido, e o “carro de segurança” entrou e não sabemos a hora que ele vai sair definitivamente. Então vamos aproveitar esse tempo para nos preparar, para quando tudo isso passar estarmos com o “tanque cheio” de ideias e “pneus novos” para aguentar muito trabalho, pois tudo passa.

Luis Hufenüssler Leigue, da Associação Empresarial de Jaraguá do sul

O que espera da próxima gestão municipal?

Esta eleição ocorre em um momento emblemático para o Brasil, o período de enfrentamento da pandemia do coronavírus trouxe desafios para toda a sociedade e na gestão pública não foi diferente. Jaraguá do Sul, graças à capacidade de articulação da sua comunidade, em parceria com o poder público, conseguiu minimizar o impacto da doença. A sinergia criada entre o poder público, a classe empresarial e outros setores da sociedade, foi extremamente importante para que o município pudesse realizar ações que trouxeram resultados efetivos diante de uma crise de saúde pública que afetou duramente o desempenho da economia.  Desde o início desta situação, e até antes mesmo de termos qualquer caso confirmado da doença em nossa cidade, já tínhamos na ACIJS formado um comitê para tratar da questão regionalmente. Criamos uma plataforma digital para concentrarmos informações fidedignas de tudo que envolve a pandemia, com a Central de Prevenção do Vale do Itapocu, o que permitiu aos municípios direcionarem de maneira assertiva as suas atuações. Essa mobilização motivou a criação, por decreto municipal, de um Comitê Gestor e com isso essa ação de enfrentamento à Covid-19 passou a ser institucionalizada, envolvendo órgãos da segurança pública, judiciário, hospitais, instituições de ensino, entre outros, com a coordenação central da administração municipal. Tivemos, portanto, agilidade e uma articulação eficiente para enfrentar este momento difícil para toda a comunidade. É um legado que deve ter continuidade na próxima gestão porque reflete uma capacidade de mobilização que é histórica em Jaraguá do Sul. Por outro lado, a próxima gestão municipal deve continuar atenta a questões como a inovação como um recurso estratégico para um desenvolvimento econômico com sustentabilidade. A ACIJS tem esta como uma das pautas permanentes, reforçada em documento que está sendo apresentado aos candidatos como sugestão aos seus planos de governo. Estão reunidos ali pontos que a classe empresarial entende como imprescindíveis para a modernização da estrutura administrativa do município, gerando valor pela eficácia na gestão dos recursos públicos e na atenção às demandas da comunidade.

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

Historicamente, Jaraguá do Sul e região tem no empreendedorismo uma de suas principais vertentes. Estimular segmentos já consolidados ou novos investimentos passa por uma atuação do poder público como agente indutor de desenvolvimento. A partir da atual crise e no pós-pandemia será cada vez mais normal movimentos de abertura de empresas, porque muitas pessoas precisarão refazer seus negócios, buscarem novas oportunidades apoiados na inovação. Essa atenção do setor público, apoiando iniciativas como o Centro de Inovação, será fundamental nesse momento pós-pandemia. Também é possível que surjam vagas em empresas que se ajustaram e têm a oportunidade de, sendo menores e com menos custos, crescerem de maneira efetiva. As grandes indústrias e empresas de maior porte também estão se reestruturando e com isto poderão surgir novos empreendimentos na cadeia produtiva em vários segmentos. Há um aquecimento do mercado, isto é perceptível, e com a economia entrando nos eixos certamente surgirão novas oportunidades. Claro que ainda estamos vendo o impacto da crise na empregabilidade e no número de postos de trabalho, mas podemos ter um aumento no trabalho remoto, em atividades home office, que agora ganham mais força com esta nova realidade do pós-pandemia, e o poder público pode contribuir muito para esse novo momento nos municípios. 

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

Sempre temos de olhar para uma situação como essa que vivemos, que foi de uma crise aguda, com uma janela de oportunidades. Houve impacto em praticamente todos os setores, mas quem conseguiu se reposicionar já está colhendo resultados. Ou ao menos tem a possibilidade de enxergar um caminho. O importante agora é ter um olhar sistêmico do mercado e das oportunidades que ele traz após a pandemia. É claro que não dá para mitigar que há empreendedores que sofreram duros golpes, mas é preciso olhar para a frente. A comunidade deve manter este perfil de ser uma comunidade empreendedora, as entidades organizadas precisam atuar na motivação de seus associados. Na ACIJS, temos buscado olhar para as nossas estruturas de serviços e soluções para os associados, com ferramentas que ajudem a impulsionar os negócios, que contribuam para a melhoria da gestão. Setores como o dos núcleos empresariais que a entidade já mantém como um de seus diferenciais ativos, e outros canais que ajudem a enxergar novos caminhos e na abertura de outras portas para o fortalecimento desses segmentos, ganham mais ênfase nas ações da entidade.

Avelino Lombardi, da Associação Empresarial de Blumenau

O que espera da próxima gestão municipal?

O que esperamos da próxima gestão municipal é que haja mais sabedoria na gestão, o prefeito não pode governar sozinho. Tem que construir planos de longo prazo junto à sociedade organizada, pensando no futuro. Além disso, esperamos um relacionamento harmonioso com o Governo do Estado, porque a cidade não pode ficar à mercê da vontade de partidos políticos. É importante que o novo governo construa essa ponte. 

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

Precisamos de projetos a longo prazo relacionados ao empreendedorismo, produtividade, empregabilidade e ambiente de negócios. Hoje a nossa cidade está perdendo muitos empreendimentos porque o ambiente de negócios das cidades vizinhas é muitas vezes melhor do que o nosso.

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

Blumenau historicamente sempre tem superado crises com muito trabalho. Acredito que logo vamos sair desta crise e voltar ao desenvolvimento que queremos. Mas é necessário que o governo que assumirá a próxima gestão tenha em mente que representamos grande parte do PIB catarinense, precisamos crescer e não nos isolar. Temos que mostrar nossas potencialidades e estabelecer um diálogo aberto com os governos do Estado e Federal. Não podemos pensar só nos partidos políticos, porque isso está nos atrasando e dificultando o nosso desenvolvimento.

Rodrigo Rossoni, da Associação Empresarial de Florianópolis

O que espera da próxima gestão municipal?

A ACIF deseja que esteja em sintonia com a sociedade civil organizada, em especial junto às entidades representativas, que muito têm a contribuir ao desenvolvimento da cidade. Um exemplo é o Pacto Floripa, lançado recentemente por 33 instituições da Capital para a retomada pós-pandemia. Uma gestão que se comprometa com uma visão de padrão mundial. Afinal, Florianópolis tem tudo para ser referência entre as melhores cidades do planeta. Também prezamos por um Executivo que amplie seus indicadores, com cuidado ao desenvolvimento econômico como a melhor estratégia de desenvolvimento social e responsável. Que também reduza gastos desburocratizando, desestatizando e facilitando a vida de quem empreende, conferindo mais eficiência e, consequentemente, reduzindo tributos.

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

O Pacto Floripa, acima citado e recém-lançado, é elaborado desde abril último com quatro grupos de trabalho que desenvolveram projetos meticulosos e de alto nível técnico para a retomada.  Os setores contemplados foram o de tecnologia, saúde e bem-viver, educação e turismo, que cobrem bem o que a cidade mais precisa econômica e socialmente. Mais detalhes deste planejamento podem ser conferidos no site pacto.floripa.br.

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

Florianópolis tem um grande potencial. O Pacto Floripa identificou não somente desafios a serem superados, mas também oportunidades. A ACIF tem a confiança de que a sociedade civil, em parceria com o poder público, pode estimular a economia de maneira a tornar a retomada mais célere, também exigindo menos por parte dos empreendedores, que tanto sofrem desde março. As escolas particulares, por exemplo, estão completamente fechadas há mais de seis meses. 

Ivan Cadore, da Associação Empresarial de Palhoça

O que espera da próxima gestão municipal?

Palhoça precisa dar continuidade ao seu processo de desenvolvimento. Atualmente, está entre as 100 cidades do Brasil que mais se destacam no ranking Connected Smart Cities dentro da categoria Recorte de Economia. Este ranking mapeou as cidades com maior potencial de desenvolvimento no Brasil através de indicadores que retratam inteligência, conexão e sustentabilidade. Porém, é preciso avançar.  Cerca de 25% da população economicamente ativa percebe mensalmente até meio salário mínimo. Sem avanços na agregação de mais renda para a população o desenvolvimento econômico e social não acontece.  A geração de oportunidades de renda mais qualificadas somente será possível caso o município dê continuidade ao projeto de atrair empresas do segmento de produção tecnológica, bem como dar vazão ao potencial turístico, duas âncoras econômicas sustentáveis e não poluidoras.

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

A pandemia deixou evidentes as vulnerabilidades da municipalidade, que prioriza uma gestão assistencial quando a necessidade são medidas estruturantes de infraestrutura que demandem mais atratividade à instalação de empresas. Na questão logística somente haverá avanços a partir de alianças estratégicas entre os municípios da região Metropolitana, porque as agendas de problemas são comuns a todos, tudo começando pela complicada mobilidade urbana.

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

É fundamental que a municipalidade destrave ao máximo as exigências para o surgimento e a instalação de mais empresas no município, para que ao invés de escolherem Palhoça estas oportunidades não se dirijam a outros municípios ou Estados pela questão de entraves locais. Facilitar ao máximo a atuação da iniciativa privada e prover a região com as melhores condições de infraestrutura e saneamento criam um ambiente econômico favorável e desenvolvedor. O emprego gera a renda e puxa também a evolução educacional, que precisará se adequar para suprir as oportunidades novas que forem sendo criadas.

Nadir Koerich, da Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis

O que espera da próxima gestão municipal?

Esperamos que a futura gestão municipal de São José tenha o seu foco no empreendedorismo, inovação e diálogo. Que enfrente com profissionalismo e transparência os desafios atuais para planejar o futuro da cidade. Que seja uma gestão capaz de buscar parcerias em todas as esferas da sociedade para criar alternativas de desenvolvimento e fortalecimento da economia, apostando nas vocações e potencialidades locais e no bem-estar das pessoas.

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

Setor econômico: É urgente a regulamentação da Lei de Liberdade Econômica, para diminuir os custos da classe produtiva e atrair novos negócios. Manteremos a recomendação de criar um Conselho de Desenvolvimento Econômico Municipal em São José para fortalecer o setor produtivo, planejar as diferentes áreas voltadas para a indústria, comércio e serviços, e criar condições para promover crescimento e reter as empresas no município. Para o sucesso deste Conselho, é fundamental contar com a participação empreendedores com visão estratégica e conhecimento do nosso potencial.  

Setor Educacional: A educação oferecida pelas Escolas Privadas é preponderante para atender a demanda do município.  Com suas portas fechadas nos últimos 6 meses, muitas não terão condições de voltar a abrir seu negócio. Talvez seja o segmento com a maior necessidade de revigoramento. O Município será forçado, obrigatoriamente, a ampliar a oferta de vagas para absorver os alunos das escolas privadas. Portanto, além da ampliação de vagas, deverá investir em novos centros educacionais. Segundo pesquisas já divulgadas, o maior número de demissões e suspensão de contratos ocorre na educação infantil, segmento em que as escolas têm encontrado mais dificuldades para trabalhar no ambiente virtual. Este é o momento de o município ouvir a comunidade escolar, crianças, pais e educadores. 

Setor tecnologia e Inovação: Desburocratizar e inovar os serviços públicos com qualidade e agilidade implantando atendimento online com suporte especial à classe empresarial. Desenvolver estratégias para incluir São José em projetos de Smart City para inovar os serviços públicos, aumentar a mobilidade, a segurança e demais setores.  Apoiar e aplicar recursos para sustentabilidade de projetos de startups voltados à inovação tecnológica, e incentivar a organização de Arranjo Promotor de Inovação (API) com ações programadas e cooperadas, envolvendo instituição públicas, educacionais, empresas e associações empresariais. 

Saúde: É fundamental que a gestão pública desenvolva programas de conscientização sobre hábitos de vida saudável com ênfase na gestão da saúde preventiva. Promover a construção de novos postos de saúde nos bairros e ampliar o atendimento em Upas com acolhimento qualificado.

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

Como entidade empresarial, acompanhamos de perto o desenvolvimento econômico de São José. Novas soluções de apoio e estímulo às empresas são oferecidas constantemente. O resultado positivo reflete o perfil empreendedor que temos na cidade e a união de esforços ajuda a superar as dificuldades de quem está à frente dos negócios. E durante a pandemia, não foi diferente. O município procurou tomar decisões com o objetivo de causar o menor impacto possível dentro da cadeia produtiva. Buscou alternativas para valorizar as pessoas, os trabalhadores e o setor produtivo. O resultado foi que entre as maiores cidades de Santa Catarina, São José sofreu menos impacto da pandemia na geração de empregos, de acordo com os dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. No acumulado do primeiro semestre, a cidade contabilizou menos 604 postos de trabalho, enquanto Joinville teve queda de 7.953, Florianópolis de 13.087 e Blumenau de 3.440. Acredito muito na parceria entre os setores público e privado, são as ações conjuntas que fortalecem e impulsionam nossa economia local.

Carlos Eduardo de Liz, da Associação Empresarial de Lages

O que espera da próxima gestão municipal?

Todo empresário frente a uma instituição, empresa ou associação visa o desenvolvimento econômico, social e o bem-estar de seus clientes e colaboradores. Nesse sentido, o município deve ser o melhor exemplo no modelo de gestão, tratando com respeito e transparência as arrecadações, incentivando a criação de novas empresas e fortalecendo as já existentes, garantindo assim a manutenção e geração de empregos. Além disso, deve ser criado um ciclo virtuoso de gestão, proporcionando boa infraestrutura, saúde, educação, cidadania e bem-estar a cada lageano, focando sempre no desenvolvimento econômico e a qualidade de vida para todos.

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

Os principais setores a serem trabalhados pós pandemia é o incentivo a Educação que sofreu muito, principalmente os alunos com dificuldade de acesso à tecnologia, tenho convicção que este será um grande desafio. O setor de eventos e cultura, que também foram muito afetados, necessita que algumas demandas sejam flexibilizadas para incentivar a retomada gradual, essencial para a geração de empregos e manutenção das empresas, mas respeitando a segurança e o bem-estar de todos. Outro setor que foi profundamente impactado é o setor de transportes escolares e transportes públicos, que deveriam receber uma atenção especial, já que foram severamente atingidos pela pandemia.  O setor de turismo também sofreu, mas acredito que a recuperação será vertical pois as pessoas necessitam de entretenimento.

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

A economia lageana é diversificada o que impacta diretamente no plano econômico municipal. O setor de agronegócio e florestal está aquecido em conjunto com a moeda reguladora que é o dólar, isso faz com que grandes empresas de nossa cidade mantenham e até ampliem sua capacidade produtiva gerando um impacto positivo na economia municipal. Acredito que as empresas que sofreram com a pandemia, usaram esse momento para fortalecer e ajustar a sua gestão e isso fará com que saiam fortalecidas. Além disso, o Parque Tecnológico foi amplamente impactado de forma positiva, impulsionando novos modelos de mercado.

Moacir Dagostin, da Associação Empresarial de Criciúma

O que espera da próxima gestão municipal?

Acreditamos em uma gestão municipal participativa, transparente, efetiva e que esteja em sintonia com as entidades representativas e a comunidade em geral, com um diálogo aberto e permanente. Por isso, iniciamos um movimento durante o período eleitoral. A Acic, juntamente com demais entidades da cidade, levantou prioridades que consideram serem primordiais para a promoção do desenvolvimento socioeconômico do município para os próximos anos. Esse documento é um importante e relevante instrumento para a próxima Administração Pública Municipal, levando em consideração as necessidades locais, que será entregue aos postulantes ao cargo de prefeito de Criciúma nas Eleições de 2020. O documento elenca prioridades nas áreas de planejamento e investimentos, atração e manutenção de empresas, inovação, infraestrutura viária e mobilidade, gestão pública, tributação, saúde e educação. Reforçamos ainda que o futuro chefe do Poder Executivo de Criciúma deve exercer também uma liderança regional, unindo os municípios da região carbonífera, em uma pauta de projetos e ações de forma integrada em diversas áreas do desenvolvimento. Zelar pelo equilíbrio das contas públicas, reduzindo o custo operacional e ampliando os recursos para investimentos na ordem de 25% da receita anual do município, também é um dos pontos estratégicos para o crescimento da cidade. 

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

Os setores de eventos, bares, restaurantes e confecção estão sendo muito penalizados pelos efeitos da pandemia. Merecem uma atenção especial para que consigam superar essa crise. Mais do que nunca, o setor produtivo precisa neste momento de incentivos. Os custos com absenteísmo oriundos deste momento também estão elevados. Muitas empresas ainda esperam por uma nova linha de crédito do BNDES, que até o momento não saiu. A busca de crédito esbarra ainda em altas taxas de juros e muita burocracia. Mas, mesmo diante de tantas dificuldades, estamos visualizando cenários mais otimistas e melhores perspectivas para a retomada da economia. 

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

Criciúma e a região carbonífera já estão conseguindo uma importante recuperação econômica. Os empresários reagiram à crise, buscaram alternativas para manter os negócios e os postos de trabalho e o resultado é demonstrado nos números do saldo de empregos. Os dados do Caged, referentes ao mês de agosto, divulgados essa semana confirmam isso. A Região Carbonífera teve 1.473 contratações a mais do que demissões. Durante o mês, foram formalmente admitidos 6.014 trabalhadores na região, contra 4.541 demitidos no período. O melhor desempenho ficou com Criciúma, que obteve saldo positivo de 535 empregos formais. Içara conseguiu o segundo maior saldo, com 383 vagas. O aumento na oferta de vagas de emprego na região também pôde ser sentido no Banco de Talentos da Acic, importante ferramenta de aproximação entre as empresas que precisam repor seu quadro de pessoal e profissionais em busca de uma nova colocação ou da inserção no mercado de trabalho. Os dados referentes a agosto mostram a oferta de 1.195 novas vagas no mês, anunciadas por 320 empresas. Muitos setores da cidade também estão sofrendo com a falta de mão de obra, o que comprova o gradual aquecimento da economia. Estamos observando uma retomada da manufatura de forma mais rápida, porém, é claro, surge a preocupação com a escassez de matéria-prima, e o aumento dos custos, em meio à alta do dólar. Criciúma possui uma grande vocação empreendedora e estamos buscando novas formas de se reinventar. Dentro deste contexto, a Acic também tem contribuído com as empresas, oferecendo capacitação e mentoria para auxiliar em diversas áreas do negócio. Acreditamos que juntos conseguiremos superar esse momento tão difícil.  

Marco Antonio Corsini, da Associação Empresarial de Joinville

O que espera da próxima gestão municipal?

O gestor público municipal deve ser um facilitador para tudo aquilo que contribua efetivamente para o desenvolvimento sustentável da economia da cidade. É preciso trabalhar em modernização, digitalização, inovação e desburocratização de sistemas, processos e regulamentações para dar agilidade e segurança a novos empreendimentos. Ações como essas atraem empresas de fora e estimulam as que já atuam na cidade a destinarem recursos para novos investimentos. Ao agir desta forma, o gestor público impulsiona o círculo virtuoso da economia, em que novos empreendimentos geram mais empregos, mais renda e mais tributos, que, por sua vez, geram mais serviços e qualidade de vida para a população.

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

A história nos mostra que investir em infraestrutura é sempre uma boa escolha, especialmente em momentos que sucedem depressões econômicas provocadas por guerras, revoluções, desastres naturais ou pandemias como a que ainda estamos enfrentando. O investimento em infraestrutura acaba irrigando todos os demais setores da economia, com grande geração de emprego e de renda durante o período das obras. E quando as obras são concluídas, os benefícios que elas geram acabam atraindo novos investimentos. Mas é importante que os gestores públicos e o setor produtivo construam projetos conjuntos para a retomada plena da economia tão logo a pandemia seja superada definitivamente para fortalecermos nossas empresas e, assim, retomarmos os níveis de emprego e de geração de renda que tínhamos antes da crise provocada pela covid-19.

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

Pela disciplina e criatividade do setor produtivo e também pela diversidade da sua economia, Santa Catarina tem a tradição de ser o último Estado brasileiro a entrar na crise e o primeiro a sair dela. Esta marca é muito forte em Joinville, maior PIB catarinense e terceiro principal polo industrial da região Sul do Brasil. Estas características têm contribuído para que a economia já esteja reagindo bem em todos os setores mesmo durante as restrições exigidas pela pandemia. Aprendemos muito, nos reinventamos e, com a resiliência que caracteriza a população de Santa Catarina, abrimos novos caminhos. O momento, é claro, ainda inspira muitos cuidados com a saúde, com a vida e também com a economia. Mas é forte a confiança – alicerçada na pujança, na competência e na união de todos – que Joinville e Santa Catarina cumprirão a tradição de sair da crise antes dos outros e muito em breve apresentarão uma retomada plena da economia.

Jonny Zulauf, presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc)

O que espera da próxima gestão municipal?

Primeiro as eleições terão um perfil diferente, e muitos candidatos ainda vão querer surfar na onda do novo, do inédito ou do benefício do desconhecido. A sociedade viu que não é assim tão fácil isso. As próximas gestões municipais terão que adaptar-se a alguns aspectos relacionados a esses efeitos que sofremos. Muita atenção à economia, muito repensar orçamentos, muita atenção na questão da saúde pública. Invariavelmente as cidades estão todas mais preparadas em termos de equipamentos e soluções para situações dramáticas como esta que vivemos. Os investimentos foram feitos. A saúde foi despertada por uma necessidade. Também terão que ouvir mais a sociedade, pois ela foi inteiramente partícipe de todo o processo de administrar a crise que vivemos. Isso despertou também uma força que, inteligentemente, deve ser aproveitada pelos novos gestores.

Quais são os principais setores que devem ser trabalhados? Por quais motivos?

São exatamente as questões de planejamento. Vimos muito improviso na busca por soluções paliativas, medidas desmensuradas, e descuido na situação emergencial na compra e pagamentos de contas. Isso tudo pode ser previsto. Há previsibilidade para muitas das situações que nós passamos agora. Então, o setor de planejamento e preparação da administração pública deve ser melhorado. As razões são óbvias, pois temos que estar preparados para situações tão diferentes como esta que surgiu com a pandemia. A qualificação das pessoas também é essencial. Em todos os setores, é preciso investir nesta questão. As pessoas precisam ter melhor treinamento. Os treinamentos em gestão de crise, que todas as empresas modernas e evoluídas já têm há muito tempo, se mostraram ainda mais importantes, e a administração pública não estava muito preparada para isso. Algumas cidades sim, mas a maioria vai ter que debater esses assuntos. Um exemplo vem da região de Curitiba, que está passando por uma crise de falta de água já há três ou quatro meses e projeta seu problema até o final do ano com racionamento de água, com fornecimento a cada dois, três ou quatro dias para a sociedade. Não estamos falando de nenhum lugar distante, atrasado ou economicamente fraco, estamos falando de incompetência da gestão de água, um elemento fundamental e essencial à sociedade. É motivo para responsabilizar o administrador público, não necessariamente a prefeitura, mas a autarquia que é responsável. E assim deve ser com energia, com lixo, esgoto e demais serviços públicos, que precisam ser melhor preparados.

Como acha que a cidade vai se sair em relação a pandemia no campo econômico?

Como todos os setores, todas as cidades estarão melhores. Mais projetos, mais planejamento e principalmente mais equilíbrio no campo econômico. A dependência de um setor só, de um segmento só é fator de alta vulnerabilidade. Nós não podemos ter isso. Do outro lado, como Santa Catarina, em municípios do Oeste e Meio Oeste por exemplo, não tiveram problemas se quer efeitos diretos com a pandemia por estarem atendendo a agroindústria, segmento que não parou, ao contrário, só se valorizou. Isso indica que a distribuição de atividades e a diversificação no campo econômico também precisam ser vistas. Deve haver por parte do Estado e municípios alguma visão sobre aspectos de segurança de variação de econômica e dos efeitos que podem afetar um único segmento econômico. Santa Catarina pela sua diversidade já se saiu relativamente bem e isso pode ser trazido para o campo municipal fazendo com que não se tenha essa vulnerabilidade da concentração de atividade ou dependência direta de uma ou outra fonte econômica. 

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