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Apesar da crise, empresas de tecnologia crescem e continuam contratando

Luiz Alberto Ferla. Foto: divulgação.

Levantamento da startup de inteligência em ações da Bolsa SABE Invest, com 238 empresas listadas na B3, identificou que apenas o setor de tecnologia ficou imune à crise gerada pela pandemia do coronavírus.

Enquanto o balanço do primeiro trimestre das companhias registrou queda generalizada no lucro entre janeiro e março, frente ao mesmo período do ano anterior, as empresas de tecnologia apresentaram alta de 142% no resultado líquido, que ultrapassou R$ 84 bilhões.

Em Santa Catarina, empresas de tecnologia de capital fechado dos mais diversos segmentos também cresceram, na esteira da maior demanda por serviços relacionados à adoção de medidas de combate ao coronavírus, como a necessidade de isolamento e implementação de home office pela iniciativa privada.

Setor financeiro

É o caso da Transfeera, fintech open banking que oferece soluções financeiras para empresas (B2B). Ela atua nos bastidores, processando pagamentos e transferências. Entre seus clientes estão empresas de delivery como iFood e Rappi e outros usam a plataforma para pagar seus fornecedores.

Por isso, desde março, a procura disparou. A fintech chegou a processar 40 mil pagamentos por dia nesse período. Só em abril, foram processados 260 mil pagamentos, ante uma média de 70 mil mensais pré-pandemia. Em relação a abril de 2019, o volume foi 7 vezes maior.

Já a fintech Asaas, que desenvolve uma conta digital com soluções de gestão de pagamentos e cobranças, registrou um crescimento de 40% na aquisição de clientes empreendedores autônomos entre abril e maio se comparado com o mesmo período do ano passado. Somente em maio deste ano, a empresa teve mais de 15 mil contas ativas no sistema, superando 30 mil clientes no total.

Os produtos mais procurados são as ferramentas para emissão e recebimento de cobranças, como o link de pagamento e robô de cobrança, que faz ligações para os clientes devedores, e aumentam as chances de recebimento.

De acordo com o CEO, Piero Contezini, o Asaas se tornou uma solução para quem precisa receber dinheiro:

“A empresa está cadastrada para ofertar pagamentos instantâneos e pretende lançar uma série de produtos para empreendedores nos próximos meses”.

Logística

Houve crescimento também no setor de transportes, graças ao e-commerce. Foi o caso da Diálogo Logística, especializada em entregas de itens leves no Sul e Sudeste.

A empresa dobrou a demanda neste 1º trimestre de pandemia em relação ao ano passado: passou de cerca de 300 mil para 600 mil pedidos/mês entregues.

Os destaques foram nas categorias cosméticos, moda e vestuário, bebidas e artigos para casa, que representaram 95% do faturamento da empresa.

A empresa chegou a frear as contratações e cortou custos no início, mas investiu em tecnologia e lançou a confirmação de entrega por comando de voz, que reduz o risco de contágio do coronavírus em entregadores e consumidores.

Além disso, voltou a contratar em abril e, desde então, mais de 50 vagas foram abertas.

Saúde

O mercado de saúde também foi impactado positivamente. A BiomeHub, spin-off da empresa de biotecnologia Neoprospecta, cresceu com o desenvolvimento de testes de coronavírus para assintomáticos.

A empresa investiu R$ 2 milhões em um novo laboratório para fazer testes moleculares RT-PCR, os mais eficazes na identificação de casos, e criou um método de testagem em massa. Com ele, é possível testar até 16 pessoas com uma mesma amostra, barateando o custo.

Educação digital

Outro setor que avançou na pandemia foi a educação digital. No DOT digital group, que tem 70% dos negócios voltados ao mercado de educação corporativa, a demanda por desenvolvimento de cursos digitais e transposição de conteúdos (curso presencial já existente transformado em EaD) aumentou 35% em relação ao mesmo período do ano passado.

Nesse mesmo período, a empresa contratou mais de 40 novos profissionais e segue com cerca de 20 vagas abertas, além de estar em plena expansão dos negócios e soluções.

Recentemente, em parceria com a empresa de soluções educacionais P500, lançou um programa de capacitação digital inédito no Brasil, a E²D500, focado na formação de profissionais capazes de atuar na economia 4.0.

Gestão de pessoas

Mais uma empresa que cresceu na pandemia, por conta do home office, é a Pulses, startup da área de RH. A plataforma da empresa permite realizar pesquisas de clima organizacional de forma contínua.

Nesta crise, criou uma ferramenta gratuita chamada Termômetro de Crise, que permite aos gestores acompanhar o impacto da situação nos colaboradores que estão em home office.

Desde que tudo começou, as vendas da plataforma dobraram e o número de colaboradores cadastrados (incluindo os que vieram pela ferramenta gratuita) cresceu 7 vezes.

Hospedagem de sites 

Na HostGator, multinacional de hospedagem de sites e serviços para presença online, um reflexo dos negócios que prosperam está no número de vagas abertas.

A empresa está contratando 48 novos profissionais de várias áreas, como desenvolvedores, analistas de suporte, entre outros.

A diferença é que agora todo o processo seletivo acontece on-line, assim como o recebimento dos novos colaboradores (onboarding), que já começam o trabalho em home office.

Para algumas funções, a empresa tem dado preferência a listas de indicações de profissionais que foram desligados de outras empresas de tecnologia por conta da pandemia.

“Em geral, são profissionais qualificados e com experiência na área de tecnologia”, explica Giulianna Boscardin, head de pessoas da empresa.

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