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“Turismo e serviços sofrerão mais com a pandemia”, diz presidente do Corecon-SC

Devido ao cenário de crise econômica e de saúde gerada pela pandemia do coronavírus, os setores de serviços e de turismo serão os mais impactados por este período, de acordo com Ivoneti Ramos, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-SC).

“Nós teremos as maiores perdas no setor de serviços, que é justamente o setor que tem maior participação no total do Produto Interno Bruto (PIB), ultrapassando os 60%. Já na área do turismo também já é uma das mais afetadas. A região do Sul do país, que é forte nesses dois segmentos, terá grandes perdas”, destaca. 

Ela projeta uma recuperação econômica para 2021, destacando que o agronegócio e as políticas governamentais voltadas para as famílias e empresas serão fundamentais nesta retomada.

A economista acredita que três situações podem amortecer a crise no Sul do país:

  • O desempenho do setor de alimentos, envolvendo a pecuária, a agricultura e a agroindústria, e na expectativa que o fator climático contribua para um resultado positivo.
  • A reinvenção das áreas mais afetadas, a  exemplo do que já observa das soluções tecnológicas que estão sendo experimentadas pra reduzir as perdas no comércio e nos serviços, com especialização nas vendas e nas consultorias on-line.
  • As políticas governamentais sejam efetivas no enfrentamento à crise, com foco nas famílias e nas empresas.

“O Banco Mundial aponta uma possível recuperação econômica para o Brasil já em 2021 com crescimento do PIB em torno de 1,5% e em 2022 em crescimento em torno de 2,3%”, explica a economista, complementando que “são expectativas bastante otimistas, mas caso se confirmem os reflexos serão bastante positivos para as economias do sul do Brasil já a partir de 2021”.

Para ela, a roda da economia voltaria a girar a partir do aquecimento da demanda interna e a recuperação das economias dos principais parceiros comerciais internacionais, que movimentariam a produção, o emprego, a renda e o consumo e alimentariam novamente o círculo virtuoso da economia.

“Mas é necessário fazer uma ressalva aqui: esses dados estão sendo acompanhados periodicamente pelos institutos de pesquisa, pelos organismos internacionais porque ainda não são conhecidos os desdobramentos ou as possibilidades da necessidade de novas rodadas de isolamento social. Ou seja, o retorno gradual das atividades pode ser revista a qualquer momento se novas ondas de contágio surgirem, se haverá sustentabilidade para o retorno das atividades econômicas”, observa.

Desempenho

Ela lembra que a região Sul tem um desempenho singular na economia, mas não é independente de outros mercados:

“O Sul possui uma economia singular, ela tem um desempenho produtivo acima da média do país. Em 2019, enquanto o país cresceu 1%, a região Sul cresceu 2,5%. Porém nós precisamos lembrar que não são economias isoladas, elas dependem do desempenho nacional e também do desempenho internacional, são economias que têm uma pauta de exportação bastante significativa. Os estados ficaram entre os nove que mais exportaram em 2019. Então, esse indicador, mesmo que positivo em tempos de expansão, torna-se preocupante neste momento se considerarmos que os principais parceiros comerciais – a China e os Estados Unidos – estão no centro da pandemia com previsão de forte retração econômica”.

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